Turquia quer se tornar a terra da produção sustentável
Esta foi a posição adotada pela Associação de Exportadores de Vestuário de Istambul (Ihkib) na conferência “Transformation journey of the turkish apparel industry” (Jornada de Transformação da Indústria de Vestuário Turca), realizada em Istambul no dia 9 de janeiro. O evento contou com a presença de Dirk Vantyghem, diretor geral da confederação têxtil europeia Euratex, e de representantes de grandes marcas internacionais.
“A Turquia é um dos dois países (juntamente com a China) onde todos os componentes, desde a fibra até ao produto final, estão integrados na cadeia de abastecimento”, declarou Mustafa Gültepe, presidente da Ikhib e da Assembleia dos Exportadores Turcos (TIM).
“Sabemos que temos que agregar a sustentabilidade às nossas vantagens atuais. Os critérios de conformidade, competitividade e sustentabilidade fazem sentido. Temos que ser respeitosos e adequados do ponto de vista ambiental, social e de gestão, competitivos nos preços e totalmente alinhados com o desenvolvimento sustentável”, acrescentou.

Este desejo de avançar para uma produção mais sustentável faz parte de um objetivo claro definido pela indústria: aumentar as exportações locais de vestuário de 20 bilhões de dólares para 40 bilhões de dólares. Este é um objetivo importante para um país que representa entre 3% e 5% das exportações globais do setor. É um objetivo que só poderá ser alcançado com a ajuda das encomendas europeias, que representam 60% das exportações do setor, além de cerca de 15% das exportações para os Estados Unidos.
Em 2022, a Turquia foi o décimo maior fornecedor de produtos têxteis e de vestuário para os Estados Unidos, com 2,8 bilhões de dólares. O país foi também o terceiro maior fornecedor de vestuário para a UE (21,8 bilhões de euros) e o segundo maior fornecedor de têxteis depois da China (6,1 bilhões de euros).
Graças à sua conexão privilegiada (e isenta de impostos) com a UE, a Turquia não escapou à contração dos pedidos provenientes do Velho Continente, afetadas pela inflação no último ano. Ao mesmo tempo, o país decidiu no final de novembro aumentar os direitos aduaneiros sobre centenas de produtos têxteis de 30% para 100%, numa tentativa de ajudar os seus fabricantes de fios e tecidos. Esta decisão preocupa os fabricantes de vestuário locais, que temem uma perda de competitividade devido ao aumento dos custos dos materiais.

Neste contexto, os fabricantes locais estão comprometidos com a sustentabilidade para garantir o aumento das encomendas ocidentais. “A qualidade tem um valor e o valor tem um custo”, afirma Mustafa Gültepe. “É por isso que acreditamos que as marcas globais com as quais trabalhamos há anos não devem limitar-se a olhar para a questão do ponto de vista do preço. Assim como acontece com a produção, devemos basear as nossas colaborações em uma base sustentável”.
A indústria têxtil e de vestuário turca, que tem acesso isento de impostos ao mercado europeu, opera através de cerca de 45.000 empresas que geram cerca de 2 milhões de empregos, 60% dos quais relacionados com exportação.
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